Asinhas

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Biblioteca Escolar da EB1/JI de Loures

sábado, 2 de abril de 2016

2 de Abril_ Dia Internacional do Livro Infantil I


O Dia Internacional do Livro Infantil celebra-se anualmente no dia 2 de abril. Esta data é celebrada por iniciativa do Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY- International Board on Books for Young People), que em Portugal é representada pela Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil (APPLIJ).
O IBBY criou o Dia Internacional do Livro Infantil em 1967, para homenagear o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen cujo aniversário do nascimento é assinalado a 2 de abril.
Todos os anos é divulgada pela IBBY um texto e um cartaz de incentivo à leitura, da responsabilidade de um dos países que fazem parte da organização. Este ano o país o texto e pelo cartaz chegam do Brasil. O texto é da escritora Luciana Sandroni e o cartaz do ilustrador Ziraldo. Embora espreitá-los?!?….





 “Era uma vez”...


"Era uma vez uma... Princesa? Não.
Era uma vez uma biblioteca. E também era uma vez a Luísa que foi à biblioteca pela primeira vez. A menina andava devagar, puxando uma mochila de rodinhas enoooorme. Ela olhava tudo muito admirada: Estantes e mais estantes recheadas de livros. Mesas, cadeiras, almofadas coloridas, desenhos e cartazes nas paredes.
Eu trouxe a foto disse timidamente para a bibliotecária. Ótimo, Luísa! Vou fazer sua carteira de sócia.
Enquanto isso pode escolher o livro.
Você pode escolher um livro para levar para casa, tá?

Só um?! perguntou desapontada.
De repente, tocou o telefone e a bibliotecária deixou a menina com aquela difícil tarefa de escolher somente um livro diante daquela infinidade de estantes. Luísa puxou a mochila e procurou, procurou até que achou o seu favorito: Branca de Neve. Era uma edição de capa dura, com lindas ilustrações. Com o livro na mão, puxou a mochila novamente e, quando já saía, alguém bateu no seu ombro. A menina se virou e quase caiu para trás de susto: era nada mais, nada menos que o Gato de Botas com o livro dele nas mãos, quer dizer, nas patas!
Bom dia! Como vai sua tia? brincou o gato fazendo uma reverência. - Luísa, você já não está careca de saber essas histórias de princesas? Por que não leva o meu livro, O Gato de Botas, que é bem mais divertido?
Luísa, admiradíssima, com os olhos arregalados, não sabia o que dizer.
O que houve? O gato comeu a sua língua? brincou.
Você é o Gato de Botas de verdade?!
Eu mesmo! Em pelo e osso! Pois, então, me leve para a sua casa e você saberá tudo sobre a minha história e a do Marquês de Carabás.
A menina, de tão perplexa, só fez que sim com a cabeça.
O Gato de Botas, num passe de mágica, voltou para o livro, e, quando a Luísa já saía, alguém bateu no seu ombro de novo. Era ela: “branca como a neve, corada como o sangue e de cabelos negros como ébano”. Já sabem quem é?
Branca de Neve!? disse Luísa completamente abobada.
Luísa, me leva com você também. Essa edição disse mostrando o próprio livro é uma adaptação fiel do conto dos irmãos Grimm.
Quando a menina ia trocar de livro de novo, o Gato de Botas apareceu muito irritado:
Branca, a Luísa já se decidiu. Volte lá para os seus seis anões.
São sete! E ela não se decidiu coisa nenhuma! se irritou a Branca ficando bem vermelha de raiva. Os dois encararam a menina esperando uma resposta:
– Eu não sei qual levar. Eu queria levar todos...
De repente, de repente, aconteceu a coisa mais extraordinária: os personagens todos foram saindo dos seus livros: a Cinderela, a Chapeuzinho Vermelho, a Bela Adormecida, a Rapunzel. Era um time de verdadeiras princesas:
Luísa, me leva para a sua casa! suplicavam todas.
Eu só preciso de uma cama para dormir um pouquinhodisse a Bela bocejando.
Só cem anos, coisa pouca ironizou o Gato.
– Posso fazer a faxina na sua casa, mas à noite eu tenho uma festa no castelo do...
Príncipe! gritaram todos.
Na minha cesta eu tenho bolo e vinho. Alguém quer? ofereceu a Chapeuzinho.
Depois surgiram mais personagens: o Patinho Feio, a Pequena vendedora de Fósforos, o Soldadinho de Chumbo e a Bailarina:
Luísa, podemos ir com você? Somos personagens do Andersen pediu o Patinho Feio, que nem era assim tão feio.
A sua casa é quentinha? - Perguntou a menina dos fósforos.
– Ihhh, se tiver lareira é melhor a gente ficar por aqui... – comentou o Soldadinho com a Bailarina.
Só que, subitamente, surgiu um lobo bem peludo, enorme, com os dentes afiados, bem ali na frente de
todos:
O Lobo Mau!!!!!
Lobo, por que essa boca tão grande? perguntou a Chapeuzinho por força do hábito. - Eu protejo vocês! disse o soldadinho muito corajoso.
Foi então, que o Lobo abriu a maior bocarra e... Comeu todo mundo? Não. Só bocejou de sono e depois disse muito tranquilo:
Calma, pessoal. Eu só queria dar uma ideia. A Luísa leva o livro da Branca de Neve e nós podemos ir dentro da mochila, que é bem grande. Todos acharam a ideia muito boa:
Podemos, Luísa? perguntou a Menina dos Fósforos que tremia de frio. Tudo bem! disse abrindo a mochila.
Os personagens fizeram uma fila e foram entrando.
Primeiro as princesas! reivindicou a Cinderela.
Na última hora, os personagens brasileiros também apareceram: o Saci, o Caipora, uma boneca de pano muito tagarela, um menino muito maluquinho, uma menina com uma bolsa amarela, outra com a foto da bisavó colada no corpo, um reizinho mandão. Todos entraram.
A mochila estava mais pesada que nunca. Como os personagens pesam! Luisa pegou o livro da Branca e a bibliotecária anotou tudo no fichário.
Mais tarde, a menina entrou em casa na maior alegria, e a mãe gritou lá de dentro: Chegou, filha?
Chegámos!”
Luciana Sandroni (Rio de Janeiro, 1962)






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