Asinhas

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Biblioteca Escolar da EB1/JI de Loures

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dia Internacional do Livro Infantil


Com o objetivo de promover o gosto pela leitura junto dos mais novos, comemora-se a 2 de Abril – data de aniversário do escritor Hans Christian Andersen – o Dia Internacional do Livro Infantil.

A DGLB assinala esta data com a publicação de um cartaz da autoria de Yara Kono, vencedor da 15ª edição do Prémio Nacional de Ilustração. Como tem sido habitual nos últimos anos, o cartaz será distribuído pelas Bibliotecas Municipais e por algumas livrarias de literatura infantil.


Todos os anos, por esta ocasião, o IBBY – International Board on Books for Young People convida um autor para redigir uma mensagem dirigida a todas as crianças do mundo. Tendo por tema «Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro», coube este ano ao mexicano Francisco Hinojosa a redação da seguinte mensagem:

Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro.

«Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro. Na verdade não era só um, mas muitos os contos que enchiam o mundo com as suas histórias de meninas desobedientes e lobos sedutores, de sapatinhos de cristal e príncipes apaixonados, de gatos astutos e soldadinhos de chumbo, de gigantes bonacheirões e fábricas de chocolate. Encheram o mundo de palavras, de inteligência, de imagens, de personagens extraordinárias. Permitiram risos, encantos e convívios. Carregaram-no de significado. E desde então os contos continuam a multiplicar-se para nos dizerem mil e uma vezes: “Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro…”

Quando lemos, contamos ou ouvimos contos, cultivamos a imaginação, como se fosse necessário dar-lhe treino para a mantermos em forma. Um dia, sem que o saibamos certamente, uma dessas histórias entrará na nossa vida para arranjar soluções originais para os obstáculos que se nos coloquem no caminho.

Quando lemos, contamos ou ouvimos contos em voz alta, estamos a repetir um ritual muito antigo que cumpriu um papel fundamental na história da civilização: construir uma comunidade. À volta dos contos reuniram-se as culturas, as épocas e as gerações, para nos dizerem que japoneses, alemães e mexicanos são um só; como um só são os que viveram no século XVII e nós mesmos, que lemos um conto na Internet; e os avós, os pais e os filhos. Os contos chegam iguais aos seres humanos, apesar das nossas grandes diferenças, porque no fundo todos somos os seus protagonistas.

Ao contrário dos organismos vivos, que nascem, reproduzem-se e morrem, os contos são fecundos e imortais, em especial os da tradição oral, que se adequam às circunstâncias e ao contexto do momento em que são contados ou rescritos. E são contos que nos tornam seus autores quando os recontamos ou ouvimos.

E também era uma vez um país cheio de mitos, contos e lendas que viajaram durante séculos, de boca em boca, para mostrar a sua ideia de criação, para narrar a sua história, para oferecer a sua riqueza cultural, para aguçar a curiosidade e levar sorrisos aos lábios. Era igualmente um país onde poucos habitantes tinham acesso aos livros. Mas isso é uma história que já começou a mudar. Hoje os contos estão a chegar cada vez mais aos lugares distantes do meu país, o México. E, ao encontrarem os seus leitores, estão a cumprir o seu papel de criar comunidades, de criar famílias e de criar indivíduos com maior possibilidade de serem felizes».


Francisco Hinojosa
(trad. Maria Carlos Loureiro)


Fonte: Portal da Rede de Conhecimento das Bibliotecas Públicas.[Em linha][Consult. 29-03-2012]. Disponível em http://rcbp.dglb.pt/pt/noticias/Paginas/DILI2012.aspx

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